Com a alta taxa de juros no Brasil, a renda fixa volta a ganhar bastante destaque como uma opção atrativa de investimento. Afinal, em momentos de juros elevados, os rendimentos dessa classe de ativos tendem a aumentar, especialmente aqueles atrelados ao CDI e à taxa Selic. Vamos explorar se realmente chegou o momento ideal para investir em renda fixa.
Vamos explorar se realmente chegou o momento ideal para investir em renda fixa.
Antes de entrar nas diferenças entre os tipos de indexadores, vamos entender o conceito básico de renda fixa. Quando você investe em renda fixa, está emprestando seu dinheiro para alguém – pode ser o governo, um banco ou uma empresa – que vai te pagar juros sobre esse valor. O interessante é que as condições desse “empréstimo” são definidas desde o início, daí o nome “renda fixa”.
Existem diferentes tipos de títulos de renda fixa, e o retorno que você terá pode variar conforme o indexador, ou seja, o indicador econômico que será usado para calcular os juros que você vai receber. Agora, vamos entender os principais.
1. Renda Fixa Atrelada ao IPCA
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é a nossa famosa inflação, ou seja, mede o quanto os preços estão subindo no país. Títulos indexados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+, garantem que seu dinheiro vai render acima da inflação. Isso significa que, independente do aumento dos preços, seu poder de compra está protegido.
Exemplo: Se você investir R$ 1.000,00 em um título atrelado ao IPCA que paga IPCA + 5%, e a inflação no período for de 4%, seu retorno será de 9% no total, ou seja, 5% acima da inflação.
Quando usar:
Esses investimentos são interessantes quando você quer proteger seu dinheiro da perda de valor causada pela inflação. Normalmente, são indicados para objetivos de longo prazo, como aposentadoria.
2. Renda Fixa Atrelada ao CDI
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma taxa de juros usada nas operações entre bancos e é muito próxima à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Investimentos atrelados ao CDI, como CDBs e LCIs, têm seu rendimento variando conforme essa taxa.
Exemplo: Um CDB que paga 100% do CDI vai render de acordo com a variação do CDI. Se o CDI for de 13% ao ano, esse CDB vai te pagar 13%. Se for 10%, você recebe 10%.
Quando usar:
Ideal para o curto e médio prazo, os títulos atrelados ao CDI acompanham os juros do país. Se a Selic está alta, como em períodos de controle da inflação, esses investimentos tendem a ser mais atrativos.
3. Renda Fixa Pré-fixada
Aqui, o nome já diz tudo: os títulos pré-fixados têm uma taxa de juros determinada no momento da compra. Em outras palavras, você já tem clareza sobre o valor que receberá ao final.
Exemplo: Se você compra um título pré-fixado com taxa de 10% ao ano, esse valor será garantido independentemente do que acontecer com a economia. Se o CDI ou a inflação subirem ou caírem, o seu rendimento não muda.
Quando usar:
Os pré-fixados são ideais quando você acredita que os juros vão cair no futuro, porque você “trava” uma taxa mais alta no momento da compra.
4. CRI e CRA
O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são títulos de renda fixa emitidos por empresas que financiam o setor imobiliário e o agronegócio, respectivamente. O diferencial desses investimentos é que eles são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Exemplo: Se você compra um CRI que paga 8% ao ano, esse rendimento será livre de impostos, o que pode tornar esse tipo de investimento mais atrativo que um CDB, por exemplo, que é tributado.
Quando usar:
Esses investimentos são mais recomendados para quem busca uma diversificação na carteira e está disposto a assumir um pouco mais de risco, já que o emissor pode ser uma empresa do setor privado.
5. Debêntures
Debêntures são instrumentos de dívida lançados por empresas com o objetivo de levantar capital.. Basicamente, você está emprestando dinheiro para uma empresa, que vai te devolver com juros. Existem debêntures comuns, que são tributadas pelo Imposto de Renda, e as debêntures incentivadas, que são isentas de IR e normalmente estão ligadas a projetos de infraestrutura.
Exemplo: Se você investe em uma debênture incentivada que paga 10% ao ano, esse rendimento será livre de impostos, o que pode ser muito atrativo.
Quando usar:
Debêntures são interessantes para quem busca um retorno maior que a média da renda fixa tradicional, mas com um pouco mais de risco. É importante avaliar a saúde financeira da empresa emissora antes de investir.
6. FGC – O Seguro Essencial para Investimentos em Emissões Bancárias
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é como um “seguro” para os investidores que aplicam em alguns produtos de emissão bancária, como CDBs, LCIs, LCAs, entre outros. Ele foi criado para proteger seu dinheiro caso a instituição financeira onde você investiu tenha problemas, como falência, e não consiga pagar de volta o valor investido.
Como funciona?
Imagine que você aplicou R$ 50 mil em um CDB de um banco. Se esse banco quebrar, o FGC entra em ação. Ele vai te reembolsar até R$ 250 mil por CPF e por instituição. Ou seja, se o valor que você investiu está dentro desse limite, você recebe tudo de volta. E caso você tenha investido mais de R$ 250 mil, o FGC cobre só esse teto, e o restante você pode perder, dependendo da situação do banco.
Em quais produtos o FGC atua?
O FGC cobre os principais investimentos de renda fixa emitidos por bancos, como:
- CDB (Certificado de Depósito Bancário)
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
- LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
- LC (Letra de Câmbio)
Esses são os mais conhecidos. A cobertura é válida tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.
O que não é coberto pelo FGC?
Alguns investimentos de renda fixa não têm a proteção do FGC, como os títulos públicos (Tesouro Direto), debêntures e investimentos emitidos por empresas, como CRI e CRA. Nesses casos, o risco é maior, porque, se a empresa que emitiu o título falir, você não terá essa rede de proteção.
Quanto o FGC cobre?
O limite é de R$ 250 mil por CPF (ou CNPJ) por instituição. Isso significa que se você investir em dois bancos diferentes, o FGC cobre até R$ 250 mil em cada um deles. Mas atenção: existe também um limite global de R$ 1 milhão a cada 4 anos por CPF. Então, se você já foi ressarcido pelo FGC antes, precisa ficar atento a esse limite.
Como o FGC paga?
Caso o banco tenha algum problema, o FGC geralmente começa a ressarcir os investidores em até 60 dias. Você receberá o valor na sua conta, sem precisar se preocupar com a burocracia de correr atrás disso.
Por que o FGC é importante?
O FGC traz uma camada extra de segurança para quem investe em produtos de emissão bancária. Isso permite que os investidores aproveitem produtos que muitas vezes pagam mais que a poupança, mas com risco controlado, já que existe essa garantia.
Então, sempre que for investir, procure saber se o produto tem a cobertura do FGC. Essa informação pode fazer muita diferença, principalmente em momentos de incerteza econômica.
7. Calculadora de Investimentos
A calculadora de investimentos em renda fixa é uma ferramenta que ajuda a simular o retorno de suas aplicações. Com ela, você pode calcular os ganhos estimados em CDBs, LCIs, LCAs e outros produtos de renda fixa, levando em conta a taxa de juros (CDI, Selic ou pré-fixada), o prazo do investimento e eventuais impostos. Ideal para planejar e comparar o rendimento de diferentes opções antes de investir!
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Conclusão
Escolher o melhor investimento de renda fixa depende dos seus objetivos, do prazo em que você pretende resgatar o dinheiro e da sua tolerância ao risco. Se você quer proteção contra a inflação, títulos atrelados ao IPCA são uma boa pedida. Se está em busca de rendimentos atrelados à taxa de juros do país, vá de CDI. Já se prefere previsibilidade, o pré-fixado é uma opção interessante. CRI, CRA e debêntures entram para quem quer diversificar e buscar alternativas isentas de impostos.
Lembre-se sempre de comparar os prazos, os riscos e, claro, de diversificar seus investimentos!
Artigo objetivo e esclarecedor
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